Depois de 70 anos de mistério e buscas sem resultados, um novo estudo histórico conduzido por especialistas da África do Sul e da China assegura que os restos perdidos do chamado "homem de Pequim", um dos mais antigos ancestrais já descobertos pelo homem, estão enterrados em uma área onde atualmente existe um estacionamento.
Essas são as conclusões do professor sul-africano Lee Berger, da Universidade de Witwatersrand, que recebeu a ajuda de dois pesquisadores do Instituto de Paleontologia de Pequim para tentar acabar com um os grandes enigmas arqueológicos do século XX e encontrar fósseis considerados fundamentais para compreender a origem do ser humano.
Os fósseis teriam se perdido durante a Segunda Guerra Mundial, em 1941, quando o Exército dos Estados Unidos tentava removê-los da China, para protegê-los dos japoneses. Os rastros, porém, se perderam no porto de Qinhuangdao, durante os combates.
Mais de sete décadas depois, os pesquisadores afirmam que o restos do Homo Erectus Pekinensis poderiam estar sob uma zona agora densamente urbanizada de Qinhuangdao, onde a grande muralha encontra o mar e onde, na época da Segunda Guerra, havia uma base militar americana.
O estudo, publicado neste mês no South African Journal of Science e repercutido nesta segunda-feira, 26, no jornal China Daily, se baseia nas teorias de um soldado americano, Richard Bowen, que diz ter visto os fósseis em 1947. O militar, agora com mais de 80 anos, estava na base quando esta foi capturada e diz se lembrar de "caixas com fósseis" enterradas, o que os especialistas acreditam ser os restos do Homem de Pequim.
"Cavamos vários buracos para colocar as metralhadoras, e em um deles encontramos caixas cheias de ossos. Era de noite e tivemos um pouco de medo, e então colocamos tudo no buraco e começamos a cavar outro. Depois, fomos evacuados da base", disse Bowen aos pesquisadores.
Graças a essas informações, o estudo afirma que o lugar mais provável de onde se encontram essas caixas é um estacionamento da área de armazéns da Companhia de Exportação e Importação de Alimentos de Hebei. Apesar de desaparecidos, os fósseis têm sido estudados por meio das cópias feitas durante a década de 30.
Os restos do Homem de Pequim pertencem a ao menos seis antepassados e foram encontrados entre 1929 e 1937 por antropólogos suecos, canadenses e austríacos em Zhoukoudian, ao sul de Pequim. Os fósseis têm entre 300 mil e 500 mil anos de idade, de acordo com especialistas, e poderia dar informações importantes sobre a expansão do homem na Ásia.
Fonte: estadão
Fonte: estadão
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