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segunda-feira, 2 de julho de 2012

Pinturas rupestres podem ser obra de neandertais, não de humanos modernos


Em uma caverna no noroeste da Espanha, chamada El Castillo, antigos artistas decoraram parte de uma parede de calcário com representações de mãos humanas. Elas parecem ter sido feitas pressionando a mão contra a parede e em seguida jogando pigmentos vermelhos sobre ela, criando uma espécie de estêncil. Estênceis de mãos são motivos comuns nas pinturas rupestres da Espanha e da França e, como toda arte desse tipo, há muito se acredita serem feitos por humanos anatomicamente modernos como nós. Mas uma nova análise da idade das pinturas em El Castillo e outras cavernas espanholas mostra que algumas dessas pinturas são muito mais velhas do que pensávamos anteriormente – em alguns casos, velhas o suficiente para serem obra de nossos antepassados neandertais.




Determinar a idade de pinturas rupestres – das mãos doPanel de las Manos em El Castillo aos mamutes e outras feras da Era do Gelo que adornam as paredes de Chauvet, na França – é difícil. Cientistas podem avaliar confiavelmente a antiguidade de ossos humanos e animais, bem como a do carvão de fogueiras usando técnicas comprovadas como a datação por radiocarbono. Mas as finas camadas de pigmentos encontradas nas paredes das cavernas geralmente não contêm o carbono necessário para essa abordagem, deixando aos arqueólogos a tarefa de estimar a idade da arte com base em seu estilo ou aparente associação com restos datáveis.

Agora os pesquisadores que escreveram para a edição de 15 de junho da Science relatam que avanços recentes em outra técnica radiométrica, chamada urânio-tório, permitiu que eles contornassem os problemas da datação por radiocarbono e determinassem a idade mínima das pinturas. Esse método de datação, baseado no decaimento radioativo do urânio, existe há décadas. Apenas recentemente, porém, cientistas refinaram a técnica de modo que pudessem aplicá-la a amostras pequenas o bastante para conseguirem resultados suficientemente precisos.

Os arqueólogos Alistair Pike da Bristol University, na Inglaterra, João Zilhão da University of Barcelona, na Espanha, e seus colegas usaram a técnica urânio-tório para datar 50 pinturas e gravuras de 11 cavernas nas Astúrias e na Cantábria. Isso foi feito coletando-se amostras de pequenas cascas de carbonato de cálcio que se formaram sobre as imagens pelo mesmo processo que forma estalactites e estalagmites. As cascas têm pequenas quantidades de urânio que decai em tório com o passar do tempo. Analisando a quantidade de tório na amostra por meio de um espectrômetro de massa os pesquisadores conseguiram determinar quanto tempo havia se passado desde que as cascas se formaram, fornecendo assim uma idade mínima para as imagens.

Curiosamente, algumas das pinturas eram significativamente mais velhas do que se suspeitava. Especialistas acreditavam que a arte rupestre espanhola era mais jovem que a francesa. Mas os novos resultados revelam que uma das imagens em El Castillo – um grande disco vermelho no Panel de las Manos – tem pelo menos 40.800 anos de idade, tornando-a pelo menos 4 mil anos mais velha que as pinturas de Chauvet, que antes se acreditava serem as mais velhas do mundo. (Alegações de arte rupestre com essa idade na Austrália e na Índia não são muito aceitas com base nas evidências atuais). Outras pinturas espanholas surpreendentemente velhas identificadas no estudo incluem o estêncil de uma mão do Panel de las Manos que tem pelo menos 37.300 anos e um símbolo em forma de bastão da famosa caverna de Altamira com no mínimo 35.600 anos.

Fonte: Scientific American

Descoberta escadaria maia com mensagem sobre 2012


Hieróglifos fazem menção ao “último dia”, 21 de dezembro de 2012. Segundo arqueólogos, mensagem tem caráter político, não profético

Hieróglifos maias
Descoberta: Detalhe de um dos hieróglifos encontrados no sítio arqueológico La Corona, com referências a 2012 (Tulane University/Divulgação)
Uma escadaria com mensagens hieroglíficas de mais de 1.300 anos da civilização maia, com menção ao “último dia”, 21 de dezembro de 2012, foi encontrada no sítio arqueológico de La Corona, na Guatemala.
O texto, escrito em 56 hieróglifos nos degraus de uma escadaria, é considerado a descoberta mais importante das últimas décadas de pesquisas sobre a civilização pré-colombiana. Em maio, arqueólogos já haviam anunciado a descoberta do mais antigo calendário maia, encontrado no mesmo local.
"A mensagem tem caráter mais político do que profético", afirma Marcello Canuto, diretor do Instituto de Pesquisas da América Central da Universidade de Tulane, nos Estados Unidos, e codiretor do Projeto Arqueológico La Corona. De acordo com ele, os maias usaram o calendário para promover a continuidade e a estabilidade dos reinados, mais do que prever o apocalipse. Descrevendo ciclos de poder, estabeleceram que ele fosse se encerrar em 21 de dezembro de 2012.
Ciclo de poder — David Stuart, da Universidade do Texas, que esteve na primeira expedição a La Corona em 1997, identificou a referência a 2012 em um bloco de uma escadaria descoberto recentemente. 
A mensagem comemorava a visita a La Corona do rei maia mais poderoso da época, em 696 antes de Cristo. Yuknoom Yich'aak K'ahk', de Calakmul, esteve na cidade alguns meses depois de ser derrotado em uma batalha pelo seu maior rival, Tikail, no ano 695. Ele visitava aliados para recuperar o apoio e evitar sua queda. Segundo Stuart, a mensagem sobre 2012 tentava retomar a ordem estabelecendo um grande ciclo de poder.
Tulane University/Divulgação
Hieroglifos maias
Pesquisadores trabalham no sítio arqueológico de La Corona
Saqueadores — Desde 2008, Canuto e Tomás Barrientos, da Universidade da Guatemala, comandam as escavações no sítio La Corona, que já foi alvo de saqueadores no passado.
Segundo Barrientos, foram justamente as pedras saqueadas da escadaria que ajudaram pesquisadores a encontrar os hieróglifos. Algumas dessas peças foram abandonadas pelos saqueadores porque estavam muito danificadas. Ao serem encontradas no ano passado, despertaram a atenção dos pesquisadores. 

Procurarão marcianos em Fobos


Procurarão marcianos em Fobos

© Foto: ru.wikipedia.org



A NASA e a Universidade Purdue decidiram avaliar o grau de probabilidade de que rastos da vida marciana podem existir em Fobos, satélite do Planeta Vermelho. Supõe-se que a vida podia ter sido trazida a Fobos de Marte, por meteoritos.

Os cientistas opinam que uma amostra tomada em Fobos, mais facilmente alcançável que Marte, conteria, quase de certeza, material marciano lançado para o Espaço depois da colisão dum grande asteróide com o Planeta Vermelho. Se a vida existe (ou existiu nos últimos 10 milhões de anos) em Marte, uma missão a Fobos poderia dar ao mundo as primeiras provas de existência da vida fora da Terra.

Missão GRAIL, Continuaçao. EUA, Rússia, Índia e China querem ir à Lua


Missão GRAIL, Continuaçao. EUA, Rússia, Índia e China querem ir à Lua
Foto: EPA



Duas sondas do projeto GRAIL (NASA) para estudo da Lua encerraram a missão principal e preparam para a missão de continuação – ela partirá no final de agosto. Os próximos lançamentos para a Lua estão programados para o próximo ano. Apesar de seus principais objetivos serem científicos, a corrida lunar, que se desenvolve, possivelmente está relacionada já não apenas com a ciência.

O projeto GRAIL (abreviatura de Gravity Recovery And Interior Laboratory - Estudo laboratorial da gravitação e composição interna - lançado em 10 de setembro de 2011) é tecnicamente bastante complexo. Ele consiste de dois satélites praticamente iguais, que seguem um após outro, por uma mesma órbita polar baixa, quase circular. O principal instrumento a bordo é o complexo LGRS(abreviatura de Lunar Gravity Ranging System - Sistema de avaliação da gravitação lunar) em essência é um conjunto de transmissores e antenas para enviar e receber sinais, necessário para medir, o mais exatamente possível, a distância entre as duas sondas. Quando ambas as sondas, GRAIL-B e GRAIL-A passam sobre territórios lunares com maior ou menor concentração de massa (e como consequência com maior ou menor força de gravitação) sua velocidade relativa e disposição mudam. Estas mudanças podem ser medidas e depois, por elas, restabelecer a forma do campo gravitacional da Lua. Consegue-se medir a distância entre as sondas GRAIL com exatidão de alguns microns.
Os dados GRAIL, em combinação com os mapas topográficos detalhados da Lua e dados da composição da superfície lunar, devem ajudar a estudar a estrutura interna de nosso satélite e sua evolução e também como a Lua reage à força de gravidade da Terra.
Além destas tarefas, estritamente científicas, os dados sobre o campo gravitacional da Lua são necessários para a exploração de nosso satélite: a ideia de povoação, ou pelo menos de estudo da Lua pelos homens continua viva. A questão é: quem e para que quer voar para a Lua.
Em maio do próximo ano a NASA planeja enviar mais uma sonda à Lua, a missão LADEE (Lunar Atmosphere and Dust Environment Explorer - Pesquisador da atmosfera lunar e poeira circundante) que completará a frota de engenhos americanos em torno de nosso satélite (além do GRAIL, nela entram as sondas ARTEMIS e LRO).
A China tem planos lunares para o próximo ano, quer lançar à lua a sonda Chang'e 3 com veículo lunar. O projeto russo Luna-Glob, já dividido em dois lançamentos relativamente independentes de sondas orbital e de alunissagem, e também o Luna-Ressurs (em conjunto com o projeto indiano Chandrayaan-2) são para os próximos anos. Por enquanto a Europa está um pouco atrasada nos planos, que não tem projeto lunar científico definido, além do anseio geral de expedição pilotada para a Lua.
Pressupõem-se que o período até 2020, será dedicado à pesquisa científica da Lua, depois do qual virão os voos pilotados ao satélite da Terra e, possivelmente, a construção de base lunar. Parece que nos tornamos testemunhas da segunda corrida lunar, apesar de menos encarniçada do que a corrida dos anos 1960. A Lua torna-se novamente arena, não tanto de luta científica, quanto de choques políticos e até mesmo enfoques culturais. As potências cósmicas “mais velhas” falam da exploração da Lua com cuidado e salientam a necessidade de cooperação internacional e também de elaboração de objetivos a longo prazo de permanência em nosso satélite, os membros “mais novos” do clube cósmico, antes de mais nada a China e o Irã, parece que não consideram estas questões primordialmente importantes. Deste ponto de vista a Lua é interessante já não como objeto de pesquisa científica. Um dos objetivos da “corrida cósmica” de meados do século passado (além dos militares) consistia em provar qual sistema – capitalista ou socialista – era mais eficiente. Em traços fundamentais estas tarefas continuam também no século XXI.

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