Gorilas e humanos são mais parecidos do que se pensava, pelo menos
geneticamente. O primeiro sequenciamento completo do DNA desses macacos
revelou que alguns genes são mais parecidos entre humanos e gorilas do
que entre nós e os chimpanzés, considerados nossos "parentes" mais
próximos.
Para chegar a esse resultado, um força-tarefa de 71 pesquisadores de
várias partes do mundo esmiuçou o genoma de Kamilah, uma
gorila-comum-ocidental (Gorilla gorilla gorilla) de 31 anos, e comparou
os resultados com os genes dos outros três grandes primatas: humanos,
chimpanzés e orangotangos.
Foi a primeira vez que um levantamento tão abrangente foi feito e,
segundo os cientistas, ele tem grande importância para ajudar a elucidar
a evolução dos primatas e as nossas próprias origens.
A primeira surpresa veio na similaridade dos genes. Embora o DNA de
humanos e chimpanzés seja, de uma maneira geral, bem mais parecido, 15%
do genoma dos humanos é mais similar ao dos gorilas do que ao dos
chimpanzés.
Nesse conjunto, destacam-se genes ligados ao desenvolvimento do cérebro e da audição, por exemplo.
De fato, é na audição que está uma das maiores similaridades externas
entre humanos e gorilas. Nossas orelhas pequenas são bem mais parecidas
com as deles do que com as dos chimpanzés.
Entre os genes ligados à audição, uma descoberta tem potencial para influenciar o estudo da fala.
Comumente apontado como um dos genes associados ao desenvolvimento da
fala em humanos, o LOXHD1 se mostrou igualmente desenvolvido entre
gorilas.
Para descobrir por que, ainda assim, humanos desenvolveram a fala e os
gorilas, não, ainda há um longo caminho. Mas o trabalho já começa a dar
pistas.
Em um artigo crítico que acompanha a pesquisa, publicado na revista
"Nature", Richard Gibbs e Jeffrey Rogers, do Centro de Sequenciamento do
Genoma Humano da Faculdade de Medicina de Baylor, em Houston, destacam
os resultados.
"Esses novos dados sobre os gorilas sugerem que uma grande porção do
genoma humano estava sob pressão da seleção positiva [sendo favorecida
pela seleção natural] durante o período de isolamento inicial dos nossos
parentes próximos", avaliam.
Segundo eles, os dados podem ajudar a reconstruir as pressões ambientais que moldaram a evolução humana.
SEPARAÇÃO
O trabalho também usou as informações genéticas para estimar em que
período aconteceu a separação de cada uma das espécies de seu ancestral
comum.
A separação dos orangotangos foi a primeira, há cerca de 14 milhões de
anos. A dos gorilas teve lugar em torno de 10 milhões de anos atrás. Já a
divisão entre humanos e chimpanzés foi mais recente, há aproximadamente
6 milhões de anos.
O trabalho analisou ainda a divisão entre as subespécies de gorilas. O
grupo comparou o genoma de Kamilah com os genes de outros animais de sua
subespécie e também de um gorila-oriental (Gorilla beringei graueri).
Embora haja evidências de que a separação tenha ocorrido 1,75 milhão de
anos atrás, existem indícios de que houve troca de material genético
mais recentemente.
Embora os gorilas estejam trazendo pistas sobre a nossa evolução, os
humanos não estão colaborando com a deles. Diversas populações,
sobretudo a dos gorilas-das-montanhas, estão em risco elevado de
extinção devido à atividade humana.
Fonte: Folha de São Paulo
Era o que eu esperava dos cientistas, que o homem foi inseminado no útero de uma gorila femea, acabando por gerar o primeiro elo perdido da criação que no cinema recebeu o nome de Tarzan(na Bíblia chamam de Adão). Depois dai houve uma evolução dos seres criados sobre uma base: a gorila.
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