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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Não param os receios provocados pelo asteróide Apophis


A Rússia irá enviar em 2020 para o asteróide Apophis um “trator gravitacional” para testar a tecnologia de desvio das órbitas de objetos espaciais que possam ameaçar a Terra.


Apophis, asteroide, roskosmosEm 2023, partirá um aparelho para pousar em Ganímedes, satélite de Júpiter, e procurar indícios de vida. Estes dois projetos figuram na apresentação doTSNIIMASH (Instituto de pesquisa central de construção de máquinas)uma estrutura filial da Roskosmos, no Congresso Internacional Aeroespacial que encerra os seus trabalhos na sexta-feira em Moscou. A apresentação foi organizada no âmbito do programa Estratégia para o desenvolvimento da atividade espacial até 2030 entregue pela Roskosmos ao governo nesta primavera.

Depois da descoberta do Apophis, há 8 anos, os cálculos demonstraram que ele pode colidir com a Terra em 2029 com uma probabilidade de 1:37. Depois se verificou que não haveria catástrofe. Mas se o asteróide entrar num “funil” gravitacional com apenas centenas metros de largura, então irá colidir na aproximação seguinte em 2036. A probabilidade de acertar é de 4 para um milhão. Quando o Apophis se dirigir para o “funil”, ao “trator gravitacional” bastará desviá-lo ligeiramente para reduzir a hipótese de colisão para zero. A ideia de um “trator” desses é conhecida, diz-nos o membro-correspondente da Academia Russa de Cosmonáutica Yuri Karash.

“Será um corpo que irá girar à volta do asteróide e interferir com o seu movimento. Se o asteróide for descoberto muito antes de ele se aproximar da Terra a uma distância perigosa, enviando-lhe o “trator” poder-se-á gradualmente desviá-lo da trajetória perigosa.”
Para o astrofísico do Instituto Astronómico Sternberg da Universidade estatal de Moscou Vladimir Surdin as preocupações causadas pelo Apophis fazem sentido.

“Os cálculos demonstram o lado que a Terra terá virada para o asteróide em 2036, quando ele passar junto a nós. Infelizmente, será o lado da Rússia, ou melhor, da Eurásia. O local provável da colisão passa pelo território russo. Sem cálculos precisos, ainda não se pode dizer se ele passará ao lado.”
Ao contrário do envio do “trator”, o voo do aparelho russo para o sistema de Júpiter já estava planejado há muito. Se tratava do seu satélite Europa que tem a fervilhar debaixo da superfície um caldo de minerais em água que, teoricamente, podia sustentar algumas formas de vida. O perito em cosmonáutica Igor Lisov explica a razão da escolha final de Ganímedes.

“Se verificou que não existe equipamento eletrônico resistente à radiação que pudesse trabalhar na superfício do Europa. Tivemos de recuar um pouco de Júpiter para um satélite mais distante, mas igualmente interessante, e pensar em como estudá-lo.”

De acordo com Igor Lisov, a apresentação do TSNIIMASH é um reflexo da busca por algum objetivo global para depois de 2020, quando a EEI fôr retirada de órbita e afundada no oceano. Talvez faça realmente sentido começarmos a ocupar-nos dos asteróides dentro das intenções dos americanos que querem pousar num deles até 2025, diz o perito. Também não é obrigatório que a apresentação do Instituto e os planos da Roskosmos sejam a mesma coisa.

SUPERTEMPESTADE SOLAR EM 2013 DEIXA GOVERNOS EM ESTADO DE ALERTA



Supertempestade solar em 2013 deixa governos em estado de alertaUma potente tempestade solar prevista para 2013, quando o Sol chegará a um ponto crítico do seu ciclo natural, poderá causar enormes danos e até resultar na morte de pessoas, segundo a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. A Nasa já emitiu uma sinal de alerta sobre o fenômeno, e o governo dos Estados Unidos lançou um chamado à população para enfrentar o que poderá ser uma verdadeira catástrofe.

Dentro do plano de emergência sugerido está a coleta comunitária de recursos básicos como água, energia e alimentos. De acordo com a Academia Nacional de Ciências, as partículas geomagnéticas emitidas pelo Sol poderiam destruir mais de 300 dos 2.100 transformadores de alta voltagem da rede elétrica dos EUA. Em um pior cenário, milhões de pessoas poderiam morrer.

Vários países da Europa, como Espanha, Alemanha e França, já estão trabalhando neste mesmo sentido para um plano de prevenção diante dos possíveis problemas que estas erupções solares poderão causar. De qualquer maneira, ainda não é possível saber qual será exatamente o tamanho do estrago deste fenômeno, já que um campo magnético que protege a Terra está preparado para repelir a radiação de uma tempestade geomagnética.

A expectativa é que a medida que a tempestade solar se aproxime - em um período ainda não definido do próximo ano - será possível avaliar quais são exatamente os perigos aos quais a Terra estará exposta. Contudo, os governos já começam a ser preparar para enfrentar o pior cenário possível.

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Terra

DNA DE MENINA DA CAVERNA REVELA SEQUÊNCIA GENÉTICA IMPRESSIONANTE



DNA de menina da caverna revela sequência genética impressionanteA análise do DNA de uma menina da caverna, que viveu há 80 mil anos, forneceu detalhes impressionantes, e a sequência do seu genoma foi tão precisa quanto a de humanos modernos. Foi possível, por exemplo, determinar que ela tinha olhos castanhos, cabelo e pele.

O sequenciamento genético foi realizado a partir de um pequeno osso do dedo e de um dente do siso encontrados em uma caverna na Sibéria, em 2010. A análise do DNA foi realizada pela equipe liderada por Svante Paabo, no Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária em Leipzig, Alemanha. O estudo está publicado na revista Science.

A garota pertencia ao grupo Denisovan, um “primo” dos neandertais. Ambos os grupos foram extintos há aproximadamente 30 mil anos, mas eles têm participação na herança genética deixada aos humanos modernos. O DNA mostrou que a menina não era nem um Neandertal, tampouco um humano moderno, mas o primeiro de um novo grupo de seres humanos mais antigos. As origens dos denisovans são incertas, mas alguns pesquisadores acreditam em uma possível ligação entre eles e fósseis humanos da China, que antes eram difíceis de classificar.

Os cientistas compararam o genoma da menina com o de neandertais e 11 tipos de seres humanos modernos ao redor do mundo. Com isso, foi possível catalogar as alterações dos genes que diferem os seres humanos modernos dos dois grupos de humanos extintos, que eram seus parentes mais próximos.

Uma análise mais detalhada ainda confirmou que eles foram criados juntamente com os ancestrais de algumas pessoas que estão vivas nos dias de hoje, de acordo com os pesquisadores. Isso mostra que em torno de 3% dos genomas de pessoas que vivem na Papua Nova Guiné vêm dos denisovans, com um traço de seu DNA no povo Han e Dai da China continental. A variação genética dos denisovans foi muito baixa, sugerindo que apesar de terem sido encontrados em grande parte da Ásia ele nunca formaram uma população muito numerosa.

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Revista Science
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