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sexta-feira, 23 de março de 2012

Gelo do Ártico pode derreter até 2020


O Ártico pode ficar completamente livre de gelo durante o verão já a partir de 2020. Estas são as últimas conclusões dos peritos, comunicou hoje a organização analítica Centro de Estudos Marinhos (CNA).

Em resultado, a navegação e transporte marítimo na região do Ártico vão se expandir substancialmente, permitindo o acesso aos recursos locais, muitos dos quais ainda estão por descobrir. Segundo as estimativas do CNA, dentro dos próximos 2 ou 3 anos, o ritmo de exploração dos recursos nesta região irá aumentar significativamente.
Mencionaram-se muito brevemente as consequências negativas do derretimento do gelo ártico. O CNA indicou que um dos resultados negativos mais importantes será o desaparecimento das fontes de alimento e de abrigo dos povos indígenas da região

Humanidade espera um novo Grande Dilúvio


O nível dos oceanos elevar-se-á 10-20 m por causa do derretimento do gelo no planeta, afirmou Richard Lane, funcionário da Fundação Nacional de Ciência dos EUA (NSF em inglês), que tinha dirigido as investigações da fundação nesta esfera.

O nível do mar vai mudar, mesmo que a elevação estável da temperatura na Terra não supere 2 graus Celsius. Richard Lane acrescentou, que o derretimento dos gelos da Groenlândia e Antártida vai mudar decisivamente o perfil da Terra, 70% dos habitantes terão de mudar para outras regiões do planeta, a fim de não se encontrarem sob a água.

Os cientistas confrontaram os processos climáticos atuais e processos, decorridos há 2,7-3,2 bilhões de anos, quando o regime das temperaturas e a quantidade de gás carbônico na atmosfera da Terra eram iguais aos atuais. Os resultados da sua investigação indicam que o nível dos oceanos vai elevar-se inevitavelmente, na sequência do derretimento das geleiras do Polo Sul e do Polo Norte. 
Contudo, este processo vai durar centenas de anos.

O dilúvio mundial foi adiado?

À medida que o clima aquece e o manto de gelos que cobre a Terra derrete, o nível de águas nos oceanos sobe. Todavia, a inundação das zonas litorâneas não passa, antes, de uma fantasia. É esta a opinião dos cientistas da Universidade de Columbia que publicaram recentemente um artigo a este respeito na revista Nature. Os peritos russos comentam o seu ponto de vista.
Os climatologistas falam frequentemente dos futuros efeitos nocivos da subida das águas dos oceanos devido ao derretimento dos gelos. Os pesquisadores da Universidade de Colômbia tranquilizam-nos: no próximo século seguinte não haverá nenhum “dilúvio mundial”. Os dez últimos anos a “camada de gelo” da Terra, isto é, o Ártico, a Antártida, a Groenlândia e as geleiras montanhosas, começou a derreter mais rapidamente mas, mesmo assim, a sua redução não é suficientemente rápida para que o nível dos oceanos suba vários metros.

No entanto, está em questão o nível  que o oceano vai atingir em 2100. As diferenças entre diversas estimativas são bastante grandes: desde dez centímetros até um metro e meio. Os cientistas russos reputam que é pouco provável que durante cem anos o nível do oceano mundial suba mais de que algumas dezenas de centímetros. Atualmente, o seu nível sobe uns 2,5 – 3 mm por ano,- afirma o vice-diretor do Instituto do Ártico e da Antártida, Aleksandr Danilov. A causa do crescimento do nível não é apenas o derretimento de gelos mas também o aquecimento das águas do oceano por causa do aquecimento global do clima, – explica Aleksandr Danilov.

"Uma vez que qualquer corpo dilata no processo de aquecimento, o nível de água sobe um pouco devido a esta dilatação térmica. Este processo se tem desenvolvido durante todo o século XX".

Os oceanólogos prognosticam que, se o nível das águas nos oceanos subir, por exemplo, um metro, vai surgir a ameaça de inundação de São Petersburgo, da península de Yamal no Ártico, da parte norte da Alemanha, da Holanda, dos deltas do Nilo e do Ganges. Aleksandr Danilov reputa que quase todas as baixadas em diversos pontos do globo estarão na zona de risco.

"Podemos recear por causa de Veneza, as ilhas muito baixas do oceano Pacífico, por exemplo, as ilhas Marhall e ilhas de Cook, assim como as ilhas Maldivas no oceano Índico. Também serão inundados muitos terrenos no litoral da península de Yamal".

Todavia, este roteiro é, provavelmente, o mais pessimista e é pouco provável que venha a realizar-se, – afirma o geógrafo Nikolai Ossokin, pesquisador de gelos.

"As observações do manto de gelo na Antártida comprovam que o processo de derretimento não se intensifica bruscamente. Por isso, não há donde possa vir o grande volume de água, capaz de elevar sensivelmente o nível do Oceano Mundial".

Não vale a pena esquecer que as próprias leis da natureza contribuem para equilibrar a situação. Nikolai Ossokin faz lembrar que, devido à elevação da temperatura do ar, o clima se torna mais quente, o que contribui para aumentar a evaporação da água da superfície dos oceanos. Logo, a subida do seu nível se torna mais lento.

Os cientistas concluem que não vale a pena ficarmos em pânico por causa da elevação do nível das águas nos oceanos. Convém, antes, prestar atenção a um outro perigo – a intensificação das tempestades no oceano e o aumento do número de tsunamis e de tufões. Há um ano, o tsunami e o subsequente terremoto ceifaram dezenas de milhares de vidas humanas no Japão. O tsunami de 2004 no oceano Índico foi ainda mais terrível – morreram 270 mil pessoas. Quanto aos tufões, um dos mais destruidores foi o tufão Katrina que arrasou em 2005 a cidade de Nova Orleães.

Os cientistas advertem que, futuramente, haverá numerosos casos de semelhante “interação” da atmosfera e do oceano. Portanto, a humanidade terá que se adaptar às alterações da natureza e se defender melhor contra os “ataques” do oceano, construindo, por exemplo, diques mais seguros.

Fonte: Voz da Rússia

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