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segunda-feira, 2 de julho de 2012

Missão GRAIL, Continuaçao. EUA, Rússia, Índia e China querem ir à Lua


Missão GRAIL, Continuaçao. EUA, Rússia, Índia e China querem ir à Lua
Foto: EPA



Duas sondas do projeto GRAIL (NASA) para estudo da Lua encerraram a missão principal e preparam para a missão de continuação – ela partirá no final de agosto. Os próximos lançamentos para a Lua estão programados para o próximo ano. Apesar de seus principais objetivos serem científicos, a corrida lunar, que se desenvolve, possivelmente está relacionada já não apenas com a ciência.

O projeto GRAIL (abreviatura de Gravity Recovery And Interior Laboratory - Estudo laboratorial da gravitação e composição interna - lançado em 10 de setembro de 2011) é tecnicamente bastante complexo. Ele consiste de dois satélites praticamente iguais, que seguem um após outro, por uma mesma órbita polar baixa, quase circular. O principal instrumento a bordo é o complexo LGRS(abreviatura de Lunar Gravity Ranging System - Sistema de avaliação da gravitação lunar) em essência é um conjunto de transmissores e antenas para enviar e receber sinais, necessário para medir, o mais exatamente possível, a distância entre as duas sondas. Quando ambas as sondas, GRAIL-B e GRAIL-A passam sobre territórios lunares com maior ou menor concentração de massa (e como consequência com maior ou menor força de gravitação) sua velocidade relativa e disposição mudam. Estas mudanças podem ser medidas e depois, por elas, restabelecer a forma do campo gravitacional da Lua. Consegue-se medir a distância entre as sondas GRAIL com exatidão de alguns microns.
Os dados GRAIL, em combinação com os mapas topográficos detalhados da Lua e dados da composição da superfície lunar, devem ajudar a estudar a estrutura interna de nosso satélite e sua evolução e também como a Lua reage à força de gravidade da Terra.
Além destas tarefas, estritamente científicas, os dados sobre o campo gravitacional da Lua são necessários para a exploração de nosso satélite: a ideia de povoação, ou pelo menos de estudo da Lua pelos homens continua viva. A questão é: quem e para que quer voar para a Lua.
Em maio do próximo ano a NASA planeja enviar mais uma sonda à Lua, a missão LADEE (Lunar Atmosphere and Dust Environment Explorer - Pesquisador da atmosfera lunar e poeira circundante) que completará a frota de engenhos americanos em torno de nosso satélite (além do GRAIL, nela entram as sondas ARTEMIS e LRO).
A China tem planos lunares para o próximo ano, quer lançar à lua a sonda Chang'e 3 com veículo lunar. O projeto russo Luna-Glob, já dividido em dois lançamentos relativamente independentes de sondas orbital e de alunissagem, e também o Luna-Ressurs (em conjunto com o projeto indiano Chandrayaan-2) são para os próximos anos. Por enquanto a Europa está um pouco atrasada nos planos, que não tem projeto lunar científico definido, além do anseio geral de expedição pilotada para a Lua.
Pressupõem-se que o período até 2020, será dedicado à pesquisa científica da Lua, depois do qual virão os voos pilotados ao satélite da Terra e, possivelmente, a construção de base lunar. Parece que nos tornamos testemunhas da segunda corrida lunar, apesar de menos encarniçada do que a corrida dos anos 1960. A Lua torna-se novamente arena, não tanto de luta científica, quanto de choques políticos e até mesmo enfoques culturais. As potências cósmicas “mais velhas” falam da exploração da Lua com cuidado e salientam a necessidade de cooperação internacional e também de elaboração de objetivos a longo prazo de permanência em nosso satélite, os membros “mais novos” do clube cósmico, antes de mais nada a China e o Irã, parece que não consideram estas questões primordialmente importantes. Deste ponto de vista a Lua é interessante já não como objeto de pesquisa científica. Um dos objetivos da “corrida cósmica” de meados do século passado (além dos militares) consistia em provar qual sistema – capitalista ou socialista – era mais eficiente. Em traços fundamentais estas tarefas continuam também no século XXI.

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